Muitos candidatos todos os anos estudam para concurso, entretanto não são todos que conseguem uma boa pontuação nas provas.
Quando observamos de perto o que os candidatos que tiveram melhor desempenho fizeram, certamente uma estratégia que se destaca é resolver questões de provas anteriores. Essa é – sem sombra de dúvida – a melhor forma de você se preparar para qualquer concurso.
Se a banca do seu concurso for a Fundação Carlos Chagas, sugiro fortemente que resolva questões sobre os seguintes assuntos: concordância verbal, vozes verbais, emprego do acento grave, colocação pronominal, substituições de pronomes, interpretação de textos, coesão textual, etc.
Para te ajudar nesta tarefa, deixo aqui algumas Questões de Português da Fundação Carlos Chagas para você treinar. Aproveite!
1. FCC-2016 – TRT (14ª REGIÃO)
Atente para as seguintes construções:
I. Haveria ainda mais hipocrisia, nas relações entre o homem e a mulher americanos, caso não venham a se organizar os atuais protestos contra o assédio sexual.
II. Não fossem as iniciativas das mulheres americanas, que não hesitam em processar os desrespeitadores machistas, não se demoveriam práticas detestáveis de discriminação e desrespeito.
III. Havendo ameaça de um processo, é natural que os homens americanos passem a acautelar-se quanto às atitudes que venham a tomar em suas relações com as mulheres.
A correlação entre tempos e modos verbais está plenamente respeitada APENAS em
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) II e III.
2. FCC-2016 – TRF (3ª REGIÃO)
... tanto o metódico Paul McCartney como o irrequieto John Lennon expressavam à perfeição a dualidade…
O verbo que possui, no contexto, o mesmo tipo de complemento que o da frase acima está empregado em:
a) Os Beatles eram um mecanismo de criação.
b) Fizeram coisas boas.
c) … a mais nobre forma de arte que jamais existiu.
d) … criavam obcecados com a presença (ou ausência)…
e) … que a dialética de Lennon e McCartney brilhou pela
3. FCC-2016 – TRF (3ª REGIÃO)
A frase que NÃO admite transposição para a voz passiva encontra-se em:
a) … o acesso das obras a um status estético que as exalta.
b) … elas protestam contra os fatos da realidade, os poderes…
c) Muitas obras antigas celebram vitórias militares e conquistas…
d) O museu, por retirar as obras de sua origem…
e) … a crítica mais comum contra o museu apresenta-o…
4. FCC-2016 – TRT (23ª REGIÃO)
2º. Parágrafo
Mulungu é uma semente vermelha com a pontinha preta, bem pequena, menor do que um grão de ervilha. Tem a casca lisa, encerada, e em contraste com a pontinha preta seu vermelho é um vermelho vivo, tão vivo que parece quase estranho à natureza.
É bonita. Era um verdadeiro prêmio conseguir encontrar um mulungu em meio à vegetação, descobrir de repente a casca vermelha e viva cintilando por entre as lâminas de grama ou no seio úmido de uma bromélia. Lembro bem com que alegria eu me abaixava e estendia a mão para tocar o pequeno grão, que por causa da ponta preta tinha uma aparência que a mim lembrava vagamente um olho.
3º. Parágrafo
Disse isso à minha avó e ela riu, comentando que eu era como meu pai, sempre prestava atenção nos detalhes das coisas. Acho que já nessa época eu olhava em torno com olhos mínimos. Mas a grandeza das manhãs se media pela quantidade de mulungus que me restava na palma da mão na hora de ir para casa. Conseguia às vezes juntar um punhado, outras vezes apenas dois ou três. E é curioso que nunca tenha sabido ao certo de onde eles vinham, de que árvore ou arbusto caíam aquelas sementes vermelhas. Apenas sabíamos que surgiam no chão ou por entre as folhas e sempre numa determinada região do Jardim Botânico.
5º. Parágrafo
Mas há ainda um outro detalhe estranho – é que não me lembro de jamais ter visto uma dessas sementes lá em casa. De algum modo, depois de catadas elas desapareciam e hoje me pergunto se não era minha avó que as guardava e tornava a despejá-las nas folhagens todas as manhãs, sempre que não estávamos olhando, só para que tivéssemos o prazer de encontrá-las. O fato é que não me sobrou nenhuma e elas ganharam, talvez por isso, uma aura de magia, uma natureza impalpável. Dos mulungus, só me ficou a memória − essa memória mínima.
(Adaptado de: SEIXAS, Heloísa. Semente da Memória. Disponível em: http://heloisaseixas.com.br)
… que a mim lembrava vagamente um olho. (2° parágrafo)
… que me restava na palma da mão… (3° parágrafo)
… o prazer de encontrá-las. (5° parágrafo)
Os elementos sublinhados acima referem-se, na ordem dada, a:
a) ponta preta – mulungus – sementes
b) aparência – quantidade – sementes
c) aparência – mulungus – folhagens
d) grão – quantidade – sementes
e) grão – grandeza – folhagens
5. FCC-2016 – SEDU-ES
Um dos elementos mais importantes na organização do texto de Clarice Lispector é o advérbio de tempo, como o que se encontra grifado em:
I. Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a eternidade.
II. E eis-me com aquela coisa cor-de-rosa, de aparência tão inocente, tornando possível o mundo impossível do qual eu já começara a me dar conta.
III. – E agora que é que eu faço? – perguntei para não errar no ritual que certamente deveria haver.
IV. Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, sem parar.
Atende ao enunciado APENAS o que consta de
a) I, II e IV.
b) II e IV.
c) II e III.
d) I e III.
e) I, III e IV.
6. FCC-2016 – SEDU-ES
No segundo quadrinho, o uso do futuro do pretérito, da pontuação interrogativa e dos processos sintáticos de coordenação e de subordinação resulta em um enunciado que expressa
a) indignação.
b) dúvida.
c) polidez.
d) sabedoria.
e) perspicácia.
7. FCC-2016 – SEDU-ES
Em relação aos enunciados dos quadrinhos, a conjunção “ou” introduz, no quarto quadrinho,
a) uma justificativa.
b) uma contradição.
c) uma certeza.
d) outra possibilidade.
e) outra explicação.
8. FCC-2016 – TRF (3ª REGIÃO)
Durante cerca de meia hora, rolamos por entre bananeiras, mais plantas mastodontes do que árvores anãs, com troncos plenos de seiva que terminam numa girândola de folhas elásticas por sobre uma mão de 100 dedos que sai de um enorme lótus castanho e rosado. A seguir, a estrada eleva-se até os 800 metros de altitude, o cume da serra. Como acontece em toda parte nessa costa, escarpas abruptas protegeram dos ataques do homem essa floresta virgem tão rica que para encontrarmos igual a ela teríamos de percorrer vários milhares de quilômetros para norte, junto da bacia amazônica.
Enquanto o carro geme em curvas que já nem poderíamos qualificar como “cabeças de alfinete”, de tal modo se sucedem em espiral, por entre um nevoeiro que imita a alta montanha de outros climas, posso examinar à vontade as árvores e as plantas estendendo-se perante o meu olhar como espécimes de museu.
(Adaptado de: LÉVI-STRAUSS, Claude. Tristes Trópicos. Coimbra, Edições 70, 1979, p. 82-3)
As orações reduzidas …para encontrarmos igual a ela… (4° parágrafo) e …estendendo-se perante o meu olhar… (último parágrafo), no contexto em que ocorrem, podem ser distendidas da seguinte forma:
a) para que tivéssemos encontrado igual a ela / de modo que se estendem perante o meu olhar.
b) para que encontremos igual a ela / as quais se estendem perante o meu olhar
c) para que encontrássemos igual a ela / que se estendem perante o meu olhar
d) para que encontrássemos igual a ela / quando se estendem perante o meu olhar
e) para que encontremos igual a ela / desde que se estendam perante o meu olhar
9. FCC-2016 – TRF (3ª REGIÃO)
No segmento …nem se deve correr com estrondo atrás do sucesso, senão ele se assusta e foge logo, o termo sublinhado pode ser substituído, mantendo-se a lógica e o sentido original, por:
a) exceto se
b) salvo
c) do contrário
d) não obstante
e) por mais que
10. FCC-2016 – TRF (3ª REGIÃO)
Estava mal chegando a São Paulo, quando um repórter me provocou: “Mas como, Chico, mais um samba? Você não acha que isso já está superado?” Não tive tempo de me defender ou de atacar os outros, coisa que anda muito em voga. Já era hora de enfrentar o dragão, como diz o Tom, enfrentar as luzes, os cartazes, e a plateia, onde distingui um caro colega regendo um coro pra frente, de franca oposição. Fiquei um pouco desconcertado pela atitude do meu amigo, um homem sabidamente isento de preconceitos. Foi-se o tempo em que ele me censurava amargamente, numa roda revolucionária, pelo meu desinteresse em participar de uma passeata cívica contra a guitarra elétrica. Nunca tive nada contra esse instrumento, como nada tenho contra o tamborim. O importante é Mutantes e Martinho da Vila no mesmo palco.
Mas, como eu ia dizendo, estava voltando da Europa e de sua música estereotipada, onde samba, toada etc. são ritmos virgens para seus melhores músicos, indecifráveis para seus cérebros eletrônicos. “Só tenho uma opção, confessou-me um italiano − sangue novo ou a antimúsica. Veja, os Beatles, foram à Índia…”
Donde se conclui como precipitada a opinião, entre nós, de que estaria morto o nosso ritmo, o lirismo e a malícia, a malemolência.
É certo que se deve romper com as estruturas. Mas a música brasileira, ao contrário de outras artes, já traz dentro de si os elementos de renovação. Não se trata de defender a tradição, família ou propriedade de ninguém. Mas foi com o samba que João Gilberto rompeu as estruturas da nossa canção. E se o rompimento não foi universal, culpa é do brasileiro, que não tem vocação pra exportar coisa alguma.
Quanto a festival, acho justo que estejam todos ansiosos por um primeiro prêmio. Mas não é bom usar de qualquer recurso, nem se deve correr com estrondo atrás do sucesso, senão ele se assusta e foge logo. E não precisa dar muito tempo para se perceber “que nem toda loucura é genial, como nem toda lucidez é velha”.
(Adaptado de: HOLANDA, Chico Buarque de, apud Adélia B. de Menezes, Desenho Mágico:
Poesia e Política em Chico Buarque, São Paulo, Ateliê, 2002, p. 28-29)
Considere as afirmativas abaixo.
I. O termo “coisa” (1° parágrafo) pode ser substituído por “o” com função de pronome, uma vez que, no período, retoma o segmento que o antecede.
II. As orações “de atacar os outros” (1° parágrafo) e “de defender a tradição” (2° parágrafo) servem de complemento ao sentido do verbo a que se referem.
III. Na frase Mas foi com o samba que João Gilberto rompeu… (2°parágrafo), o pronome “que” retoma “samba”, além de ser elemento subordinante a introduzir uma nova oração.
Está correto o que consta de
a) II e III, apenas.
b) I, II e III.
c) I e II, apenas.
d) I, apenas.
e) III, apenas.
GABARITO
1. E
2. B
3. B
4. B
5. D
6. B
7. D
8. C
9. C
10. D
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