10 Questões de Português Vunesp - Com Gabarito | Português em Foco
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10 Questões de Português Vunesp Com Gabarito

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10 QUESTÕES DE PORTUGUÊS VUNESP – COM GABARITO

 

1. Fundação Vunesp -2016 – Prefeitura de Guarulhos – SP

 

Leia o texto “Infância na praia”, de Danuza Leão, para responder à questão.

Não se pode dar corda à memória: a gente começa brincando, mas ela não faz cerimônia e vai invadindo nossas mentes e nossos corações. Para mim são, ainda e sempre, as recordações da infância na praia muito mais fortes do que eu podia imaginar.

No terreno das brincadeiras, a mais comum era o caldo: quem não se lembra do terror de levar um? Também se brincava de jogar areia nos outros, aos gritos, para horror dos adultos, e a pior de todas: se deixar ser enterrada ficando só com a cabeça de fora, e todo mundo fingir que ia embora, só de maldade, deixando você sozinha e esquecida.

No terreno mais leve, a grande proeza era mergulhar e passar por baixo das pernas abertas da prima, lembra? Aliás, essa é uma raça em extinção: as primas. Elas eram muitas, e a convivência, intensa. Hoje, nas cidades grandes, existem poucas tias e pouquíssimas primas.

As crianças catavam conchas para colar, e era difícil fazer um buraquinho com um prego e um martelinho, sem quebrar a concha, para passar o barbante. As cor-de-rosa eram as mais lindas, e, quando se encontrava um búzio, era uma verdadeira festa. As conchas acabaram; onde terão ido parar?

No final da tarde, a praia já sem sol, voltavam os barcos de pesca: as pessoas ficavam em volta comprando o peixe nosso de cada dia, que seria feito naquela mesma noite. Naquele tempo não havia nem alface nem tomate nem molho de maracujá, e para dar uma corzinha na comida se usava colorau – já ouviu falar?

Camarão só às vezes, mas, em compensação, havia cações com a carne rija, que davam uma moqueca muito boa. Os peixes eram vendidos por lote, não custavam quase nada, e o que sobrava era distribuído ali mesmo. Mas os fregueses eram honestos, e ninguém deixava de comprar para levar algum de graça, no final das transações.

Às vezes corria um boato assustador: de que o mar estava cheio de águas-vivas, o que era um acontecimento. Água-viva é uma rodela gelatinosa que, segundo diziam, se encostasse no corpo, queimava como fogo. Ia todo mundo para a beira da água tentando ver alguma, mas ninguém entrava no mar, de medo. No dia seguinte, a areia estava cheia delas, e com uma varinha a gente ficava mexendo, sempre com muito cuidado: afinal, era uma gelatina, mas viva – uma coisa mesmo muito estranha.

Para evitar queimaduras, se usava óleo Dagele, e se alguém dissesse que anos depois uma massagem de algas, daquelas mesmas algas verdes e marrons com as quais a gente dançava dentro da água, não custaria menos de US$ 100 em Nova York ou Paris, ninguém acreditaria.

Naquele tempo não havia refrigerantes, não se tomava água gelada, e as crianças rezavam uma ave-maria antes de dormir, sendo que algumas ajoelhadas.

Não havia abajur nas mesas de cabeceira e na hora de dormir se apagava a luz do teto, com sono ou sem sono, e ficávamos com os pensamentos voando, esperando o sono chegar.

E ninguém se queixava de nada, até porque não havia do que se queixar, porque era assim e pronto.

(Folha de S.Paulo, 17.04.2005. Adaptado)

Pela leitura do texto, é correto afirmar que

a) as crianças reclamavam se os pais não comprassem camarão e refrigerantes para as refeições, pois queriam experimentar de tudo durante as férias.

b) os pescadores, durante o verão, aumentavam o preço dos peixes, que vendiam em lotes para os fregueses de temporada.

c) a autora, sem brinquedos caros ou sofisticados, vivenciou uma infância feliz quando ia à praia com seus primos.

d) meninos e meninas corriam à praia para ver as águas-vivas e se aproximavam, sem receio, desses seres estranhos.

e) os pais eram autoritários e não admitiam que as crianças se queixassem de nada, mesmo que elas tivessem bons motivos.

 

2. Fundação Vunesp -2016 – Prefeitura de Guarulhos – SP

Para a autora, os adultos não aprovavam quando as crianças

a) brincavam perigosamente de dar caldo afundando a cabeça do outro na água.
b) se irritavam ao quebrar as conchas que usariam para fazer colares.
c) utilizavam varinhas para mexer nas águas-vivas espalhadas pela areia.
d) faziam a maior algazarra enquanto atiravam areia umas nas outras.
e) demoravam para dormir, mesmo com as luzes já apagadas.

 

3. Fundação Vunesp -2016 – Prefeitura de Guarulhos – SP

As interrogações em destaque, no segundo e no terceiro parágrafo do texto, indicam que a autora

a) admite que era uma criança medrosa e se sentia abandonada quando os adultos fingiam ir embora da praia.
b) pressupõe que os leitores tenham desfrutado, como ela, das mesmas brincadeiras de infância.
c) lamenta o distanciamento que se criou entre primos e primas agora que todos são adultos.
d) reconhece que as lembranças da infância são mais significativas do que ela supunha.
e) procura, mesmo incerta sobre alguns fatos, descrever para os leitores como foi sua infância na praia.

 

4. Fundação Vunesp -2016 – Prefeitura de Guarulhos – SP

Considere a frase do sétimo parágrafo, que foi separada em trecho (1) e trecho (2):

(1) Água-viva é uma rodela gelatinosa (2) que, segundo diziam, se encostasse no corpo, queimava como fogo.
No trecho (1), a autora _________________ o que é água-viva. No trecho (2), ela emprega os termos se e como para expressar, respectivamente, as ideias de __________ e _____________.

Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas do texto.

a) descreve … condição … comparação
b) supõe … condição … tempo
c) retifica … causa … comparação
d) analisa … consequência … tempo
e) reitera … causa … conclusão

 

5. Fundação Vunesp -2016 – Prefeitura de Guarulhos – SP

Leia os trechos selecionados do texto.

Para mim são, ainda e sempre, as recordações da infância na praia muito mais fortes do que eu podia imaginar.
As cor-de-rosa eram as mais lindas, e, quando se encontrava um búzio, era uma verdadeira festa.
… sempre com muito cuidado: afinal, era uma gelatina, mas viva – uma coisa mesmo muito estranha.

Ao empregar as expressões destacadas, a autora

a) relata, com impessoalidade, acontecimentos de sua infância na praia.
b) retifica informações e pontos de vista expostos anteriormente no texto.
c) enfatiza seu parecer sobre alguns fatos, ao comentar sua infância.
d) assegura que para todas as crianças as férias na praia são sempre maravilhosas.
e) reconhece que apenas famílias abastadas podiam levar os filhos à praia.

 

6. Fundação Vunesp -2016 – Prefeitura de Guarulhos – SP

Assinale a alternativa cuja expressão entre parênteses apresenta sentido oposto ao da expressão destacada no trecho do texto.

a) Não se pode dar corda à memória… (dar vazão).
b) No terreno mais leve, a grande proeza era mergulhar… (o grande desafio).
c) As primas eram muitas, e a convivência, intensa. (superficial).
d) Mas os fregueses eram honestos… (corretos).
e) Às vezes corria um boato assustador. (aterrador).

 

7. Fundação Vunesp -2016 – Prefeitura de Guarulhos – SP

O trecho do texto que traz expressão em sentido figurado está na alternativa:

a) Também se brincava de jogar areia nos outros, aos gritos…
b) … era mergulhar e passar por baixo das pernas abertas da prima…
c) Hoje, nas cidades grandes, existem poucas tias e pouquíssimas primas.
d) … não custaria menos de US$ 100 em Nova York ou Paris, ninguém acreditaria.
e) … e ficávamos com os pensamentos voando, esperando o sono chegar.

 

8. Fundação Vunesp -2016 – Prefeitura de Guarulhos – SP

A autora emprega constantemente no texto formas verbais no pretérito imperfeito do indicativo, pois sua intenção é fazer referência a eventos que se repetiam no passado, como em: “No terreno das brincadeiras, a mais comum era o caldo”.

Outro trecho do texto cuja forma verbal em destaque justifica essa afirmação encontra-se em:

a) Para mim são, ainda e sempre, as recordações da infância na praia…
b) … e a pior de todas: se deixar ser enterrada ficando só com a cabeça de fora…
c) As conchas acabaram; onde terão ido parar?
d) No final da tarde, a praia já sem sol, voltavam os barcos de pesca…
e) … e se alguém dissesse que anos depois uma massagem de algas…

 

9. Fundação Vunesp -2016 – Prefeitura de Guarulhos – SP

Considere a frase do sexto parágrafo:

Camarão só às vezes, mas, em compensação, havia cações com a carne rija, que davam uma moqueca muito boa.

A frase está reescrita, sem alteração do sentido do texto e de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, em:

a) Camarão só às vezes, caso, em compensação, existisse à venda cações com a carne rija, que davam uma moqueca muito boa.

b) Camarão só às vezes, todavia, em compensação, estavam à disposição cações com a carne rija, que davam uma moqueca muito boa.

c) Camarão só às vezes, porque, em compensação, pareciam frescos cações com a carne rija, que davam uma moqueca muito boa.

d) Camarão só às vezes, no entanto, em compensação, não faltava cações com a carne rija, que davam uma moqueca muito boa.

e) Camarão só às vezes, portanto, em compensação, se vendia a preços módicos cações com a carne rija, que davam uma moqueca muito boa.

 

10. Fundação Vunesp -2016 – Prefeitura de Guarulhos – SP

Leia a frase do quarto parágrafo.

As crianças catavam conchas para colar, e era difícil fazer um buraquinho com um prego e um martelinho, sem quebrar a concha, para passar o barbante.

As expressões destacadas na frase podem ser substituídas corretamente por:

a) catavam-nas / fazê-lo / quebrá-la.
b) catavam-nas / fazê-lo / quebrar-lhe.
c) catavam-nas / fazer-lhe / quebrar-lhe.
d) catavam-lhes / fazê-lo / quebrá-la.
e) catavam-lhes / fazer-lhe / quebrá-la.

 

GABARITO

1. C

2. D

3. B

4. A

5. C

6. C

7. E

8. D

9. B

10. A

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